sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Química da Obesidade!

Beta-Oxidação - Mais um pouco de metabolismo

A beta-oxidação é a via de oxidação dos ácidos graxos. Esta via ocorre na matriz mitocôndrial e sua função é produzir acetil-coa que será utilizado no ciclo de krebs, da mesma forma que o acetil-coa gerado pela glicólise.

Esta via funciona degradando a cadeia carbonada do ácido graxo em ciclos, e cada ciclo é formado por uma seqüência de quatro reações que no final gera uma molécula de acetil-coa. Portanto a cada ciclo é gerada uma molécula de acetil-coa. A quantidade de acetil-coa gerado vai depender do tamanho da cadeia de carbonos, pois é isso que determina a quantidade de ciclos.

Em cada ciclo são retirados dois carbonos da cadeia carbonada do ácido graxo para a formação do acetil-coa. Com isso é fácil pensar que a quantidade de ciclos seria a metade do valor do total de carbonos da cadeia carbonada do ácido graxo. Portanto, para uma cadeia de 16 carbonos deveriam ocorrer 8 ciclos. Entretanto este pensamento é errado, pois o ultimo ciclo gera 2 moléculas de acetil-coa, portanto precisando de um ciclo a menos do que no raciocínio anterior. A quantidade correta de ciclos que deveriam acontecer em uma cadeia de 16 carbonos é de sete ciclos. Isso é fácil entender, pois após ocorrerem 6 ciclos, com cada um retirando 2 carbonos, sobram 4 carbonos. Logo no sétimo ciclos os 4 carbonos serão divididos em 2 grupos de 2 carbonos, gerando portanto 2 moléculas de acetil-coa e por isso não sendo necessário a utilização de um ciclo extra da beta-oxidação.

Quando se trata de cadeias ímpares de ácidos graxos, o ultimo ciclo irá gerar uma de acetil-coa (2 carbonos) e uma molécula de 3 carbonos chamada de propionil-coa. Esta ultima molécula posteriormente é oxidada em succinil-coa a qual é utilizada no ciclo de krebs.

A beta-oxidação é uma via importante, pois permite a utilização da energia da gordura armazenada no corpo em diversos locais. O músculo utiliza esta energia de degradação de ácidos graxos, e além disso no fígado a energia liberada pela beta-oxidação é utilizada para a realização da gliconeogênese. É importante notar que ácidos graxos em sua maioria não são precursores de glicose no corpo humano por não termos enzimas que permitam tal tipo de reação. O que a beta-oxidação promove para a gliconeogênese é energia para a realização da gliconeogênese, e não um substrato para a formação de glicose. Isso acontece porque a maioria dos ácidos graxos de nossa dieta possuem cadeias pares de carbonos, que apenas geram acetil-coa com sua oxidação como foi visto acima, e não conseguimos sintetizar glicose a partir do acetil-coa. Somente conseguimos gerar glicose a partir de ácidos graxos de cadeia de carbonos ímpares, por estas produzirem no final o succinil-coa que é um intermediário do ciclo de krebs. No entanto a quantidade de ácidos graxos de cadeia ímpar é muito pequena em nossa dieta, portanto quase não influenciando no processo da gliconeogênese.

Referencias bibliográficas:
Bioquímica Básica – Anita Marzocco; Bayardo B. Torres – Terceira Edição
Princípios de Bioquímica de Lehninger – David L. Nelson; Michael M. Cox

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